quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vinhos



Não bebo álcool, mas experimento todo vinho que posso.
Além de fazer parte da minha profissão, gosto de desenvolver meu paladar e saber utilizar determinado vinho para harmonizar com um prato meu.
Dentre as bebidas alcoólicas, o vinho é a que mais está diretamente ligada à comida.
Muita gente bebe cerveja ou whisky sem comer nada, mas o vinho sempre pede um acompanhamento, mesmo que apenas um pedaço de queijo.
Acho que a vontade que as pessoas têm de comer alguma coisa quando bebem vinho se dá pela variação de sabor que ele sofre conforme a comida que se põe na boca. É uma bebida que se transforma, que muda conforme o que se ingere junto, conforme a temperatura, taça, a exposição ao oxigênio e por aí vai.
Além disso, a variedade encontrada no mercado é quase infinita e assim sempre vai haver uma busca, até inconsciente, do vinho ideal. É um comportamento natural do ser humano.
Tive esta experiência com o café expresso. Há inúmeras variedades e métodos de extração do líquido. Ganhei do meu irmão a máquina que hoje é considerada a melhor do mundo. Depois de algum tempo achei o meu café ideal e hoje tenho o melhor café do mundo (meu mundo) em casa, quando quiser.
Sabe que isso meio que me desanimou! Acabou a minha busca porque sei que o café que tomarei em qualquer lugar do mundo não será melhor que aquele que eu tenho em casa!
Atualmente há uma grande discussão sobre harmonização do vinho com a comida.
É difícil errar ao combinar apenas um ingrediente com um vinho, mas uma tendência atual na gastronomia pede o contraste de sabores, então uma refeição pode ter um filé mignon, uma espuma de manga verde e um bolinho de massa de arroz cozido em shoyu e molho de ostra. Acredite em mim, esse prato pode ser uma delícia, mas qual vinho irá acompanhar tamanha variedade de sabores?
Além do mais, nos grandes restaurantes há menus de 4, 5 e até 8 pratos. Como harmonizar uma refeição inteira dessa com o vinho?
Claro que isso até pode ser feito, mas ao oitavo prato o cliente talvez estará dançando encima da mesa e com certeza não estará notando as características particulares de determinado vinho com determinado prato.
Assim, toda essa complexidade que se cria em torno do vinho pode ser exagerada. Deixe a discussão sobre a harmonização para os experts e aproveite um bom vinho sem se preocupar muito com suas características e aromas de folhas do outono no chão frio da floresta, ui!

Receita de hoje

Perna de cordeiro assada ao alecrim

O clima frio combina muito bem com esse prato forte e substancioso. Para acompanhar, um vinho de inverno, ou seja, um vinho encorpado, que fará você ter mais vontade de comer, depois mais vontade de beber, comer, beber, comer e beber até acabar o vinho!
Ingredientes

-1 pernil de cordeiro
-1 maço de alecrim
-1 cabeça de alho
-azeite
-sal
-pimenta do reino preta

Fure o pernil em vários lugares e insira bastante alho, alecrim e pimenta do reino.
Esquente uma panela larga que caiba o pernil e besunte a carne com azeite.
Quando a panela estiver bem quente doure o pernil por inteiro, virando algumas vezes.
Tempere com sal e leve ao forno pré-aquecido a 220°C por uma hora.
Ele vai estar mal passado por dentro, mas é assim que ele fica melhor. Se quiser mais passado, deixe mais tempo mas abaixe a temperatura.
Sirva com batatas assadas.

2 comentários:

Cecília disse...

Oi, Fábio
Sou a Cecília, da Edelman, agência de comunicação da Jorge Zahar Editor.
A combinação do vinho com a comida é uma máxima há muito tempo, mas a cerveja como aperitivo ou acompanhamento para a comida também realça, contrasta e complementa o sabor de um prato, desde que cuidadosamente escolhida. Assim como o vinho, a cerveja é um complemento para o cardápio. Além disso, a cerveja também pode ser usada na culinária, principalmente como base em marinados e assados.

Um abraço e espero passar por aqui mais vezes.

Anônimo disse...

Olá, Fabio.

De fato tenho percebido que voce tem experimentado todo vinho que pode. Isso é muito bom. O vinho faz parte da vida.Cuidado com o meu...